terça-feira, 31 de julho de 2012

O verdadeiro papel de um vereador

Distribuir vantagens, prometer cargos políticos, e até resolver este e aquele problema de ordem econômica para o seu futuro eleitor, não é e nem nunca foi papel de um vereador. Mas muitos candidatos esquecem isso, e preferem usar em benefício próprio o caminho mais fácil, o acúmulo de promessas e vantagens para conseguirem ou até ficarem no cargo que almejam. E isso não acontece somente nesse âmbito, mas também em outros cargos parlamentares, onde pedir favores, remédios e até apoio em dinheiro virou moeda de troca pelo voto. Dos 68.544 vereadores que serão eleitos no dia 7 de outubro por cerca de 140 milhões de eleitores, já tem a sua função deferida, que é fiscalizar as prefeituras municipais, além de criar leis restritas às cidades. Cabe também a eles, verificar, por exemplo, como o dinheiro público é aplicado e criar ou alterar o plano diretor de ocupação urbana de sua cidade. Mas essa função está desvirtuada pela maioria da população, pela falta de cultura política do eleitorado, que não acompanha o trabalho dos vereadores empossados. Também pelos próprios vereadores que muitas vezes não cumprem seu papel, não fiscalizam. Em pesquisa feita pela Gazeta do Povo, divulgada em Abril, 42% dos eleitores de Curitiba não sabem o que faz um vereador. A pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas também alertou que a maioria do eleitorado crê que o vereador tem que cumprir atividades que não são as principais. 59% da população curitibana acredita que o vereador deve levar investimentos para o bairro que representa, e outro dado alarmante, 50% acredita que o vereador deve ter como função práticas assistencialistas como doação de cadeira de rodas e remédios. Com toda essa percepção, fica difícil acreditar na função principal do vereador, transforma-se em uma realidade muito distante, um trabalho justo e sério feito pela maioria. Fica até inadmissível assinalar que a maior parte da população acredita que a função de um vereador “não resolve a vida deles”, e outros 55% se quer sabem dizer o nome de um parlamentar que atua na Câmara Municipal. O que esperar da fiscalização dessa mesma população? O que esperar dessa política de assistencialismo que pendura há anos? O que esperar desse jogo político desleal e dessa falta de cultura por parte de seus cidadãos? Muitas vezes criticamos, mas não temos conhecimento algum sobre política, o que muitas vezes beneficia os próprios políticos que usam essa arma para iludir e continuar no poder. Vale a dica: Ou procuramos nos informar, os seremos reféns de uma política que não tem a pretensão nenhuma de mudar sozinha.