terça-feira, 23 de março de 2010

BBB- A humilhação


O deputado federal Nelson Goetten (PR de Santa Catarina) enviou um projeto de lei para a Câmara dos Deputados para proibir que as redes de televisão do país exibam cenas que desrespeitem a dignidade humana na veiculação de reality shows. De número 6446/09, o projeto de lei será analisado pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e de Constituição e Justiça e de Cidadania, e prevê uma multa de até R$ 50 mil para as emissoras que desrespeitarem a determinação da lei.
Atualmente, três emissoras brasileiras possuem reality shows. A Rede Globo está no ar com o "Big Brother Brasil", a Rede Record possui "A Fazenda" e o SBT o reality “Solitário”.
Muitos veículos de comunicação deram essa notícia em janeiro desse ano. O Big Brother Brasil- programa exibido pela Globo, está completando 10 anos, ou seja, há uma década esse formato televisivo chegava ao Brasil. A audiência sempre foi embasada no interesse que as pessoas tinham nesse novo formato, na curiosidade de ver como conviviam várias pessoas estranhas morando na mesma casa. Muitos anos se passaram, e pouca coisa mudou. Para se ter uma ideia, ele continua sendo fenômeno de audiência, e em uma noite o BBB consegue tirar milhões em dinheiro dos brasileiros, que ficam confinados em frente da televisão para decidir qual participante deve sair.
Assistindo algumas cenas desse programa, me incomodou por várias vezes ver que os participantes se submetem a provas humilhantes. Exibem sua vida pessoal para o Brasil inteiro julgar. Fazem coisas inimagináveis somente para estar na final e poder se tornar um milionário. Mas até que ponto isso vale a pena? Até que ponto vale à pena sofrer humilhações? Será que vale tudo por dinheiro? Será que vale fazer de tudo para ficar famoso?
Já foi exibido no programa Fantástico, depoimentos de pessoas comuns que fariam de tudo para serem como os ídolos. Em contrapartida entrevistou o ídolo delas. O resultado foi que os ídolos também fariam de tudo para ficarem no anonimato, de poder ter uma vida comum.
A revista Brasil de Fato fez o seguinte levantamento em reportagem em setembro do ano passado. Para 68% dos jovens brasileiros, "ser bem sucedido" significa tudo na vida de alguém. Ser feliz está abaixo, com 62%. No que diz respeito ao dinheiro, a reportagem levantou que 6% topariam roubar para ficarem ricos, e os outros 39% deixariam a profissão sonhada, por outra que ganhasse mais.
Pesquisas como esta comprovam o caráter materialista das pessoas. O quanto elas fariam de tudo para serem famosas e ricas. O que infelizmente a maioria delas não sabe, é que alguns meios de comunicação conduzem as pessoas a pensar que a única maneira de vencer na vida, seria atrair holofotes e possuir uma conta bancária alta. Mais será que um milhão e meio de reais paga a humilhação e exposição?

sábado, 13 de março de 2010

Mulheres. Há o que comemorar?


O dia 8 de março é comemorado em todo o mundo como o Dia Interncional da Mulher. A data é um reconhecimento da luta por uma participação de igualdade na sociedade e também contra a discriminação. Ela é comemorada desde 1910, em homenagem ás mulheres que morreram em uma fábrica de tecidos situada em Nova Iorque, por reivindicarem melhores condições de trabalho. A história conta que em 1857, as operárias desta fábrica de tecidos fizeram uma greve e exigiram a redução da carga de trabalho, igualdade de salários com os homens e tratamento digno. A fábrica acabou sendo incendiada, e aproximadamente 130 mulheres morreram carbonizadas.
A morte tão cruel serviu para que o mundo enxergasse um distanciamento entre homens e mulheres. Março foi oficializado pela Organização das Nações Unidas(ONU) como o mês da mulher. O fato é que esse mês, não é só para ser comemorado com presentes e homenagens, mas sim com reflexões sobre os inúmeros problemas que a camada feminina ainda enfrenta na sociedade, sobre discutir o papel da mulher, e o término do preconceito e a desvalorização deste gênero.
Agora eu pergunto: Há o que comemorar? Existe motivos para que o mês de março seja dedicado as mulheres? Claro que há! Pois ao longo da história, as conquistas vieram, e as mulheres continuam ocupando cada vez mais espaço.
Por questões culturais em alguns países, e o fato de que o homem é considerado o "chefe" da casa, o pioneirismo feminino foi acontecendo de um a um. No Brasil, a história não me deixa equivocada. Já em 1827, surge a primeira lei da educação das mulheres brasileiras, permitindo que frequentassem as escolas e estudassem o básico, já que instituições de ensino mais adiantado, eram proibidos. Em 1879, elas obtiveram do governo autorização para entrar no ensino superior. Chiquinha Gonzaga em 1885 rompeu barreiras e foi a primeira mulher no país a estar á frente de uma orquestra. Dois anos mais tarde, Rita Lobato Velho, tornou-se a primeira mulher a se formar em medicina. E as conquistas não pararam por aí. Vieram também o voto, a entrada na política, e o direito de poder participar de competições esportivas.
Ainda há o que avançar. As cinzas daquelas mulheres, jamais serão esquecidas! Morreram aquelas mulheres de coragem, que lutaram por uma causa nobre. Morreram aquelas mulheres indignadas com o tratamento por causa de seu gênero. Não morreu o exemplo que elas deixaram. Muito menos morreu, a garra das mulheres de hoje.