quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Papai Noel


O bom velhinho chegou gordo para os políticos neste Natal com o reajuste de 61,8% aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado nos salários pagos a deputados, senadores, ministros, presidente e vice-presidente da República. O presente de final de ano custará R$ 1,8 bilhão aos cofres públicos. Só os deputados federais poderão elevar o seu salário de R$ 16,5 mil para 26,7 mil. O que eles esqueceram de reconhecer é que o nosso Brasil não é um país completamente justo, e eu desafio os nobres parlamentares a viver com o salário de R$ 510 por mês que foi pago durante o ano de 2010. Desafio a alimentar suas famílias com o dinheiro pago pelo Bolsa Família, talvez assim eles possam analisar o que é um salário justo, e o que falta realmente para o Brasil deixar de ser tão desigual, pois nunca nenhum trabalhador brasileiro conseguiu essa porcentagem de elevação em seus honorários no final do mês. O que será que os 35 parlamentares que votarão contra farão com o benefício? Irão abdicar desse dinheiro?

Educação

O país ainda engatinha no quesito educação, os avanços foram notáveis, mas se formos analisar, os passos são lentos e as fórmulas ainda são ineficientes. O Brasil deixa a desejar na educação básica, pois nos últimos anos houve uma preocupação maior com o ensino superior, deixando de lado as crianças que estão entrando na escola. Segundo o movimento “Todos pela Educação”, existem metas que precisamos alcançar, e no ano de 2010 nenhum estado da federação atingiu. As metas são: diálogo com os pais para acompanhar a vida letiva dos filhos, valorização dos professores, fortalecimento das avaliações aplicadas e melhoras nas condições de aprendizagem como a ampliação do turno de ensino. Se essas metas não forem alcançadas, provavelmente a educação ainda enfrentará problemas e impedirá grandes avanços, colocaremos mais estudantes no ensino superior, mas a maioria ainda enfrentará dificuldades nos primeiros anos de escola.


Oito anos de Governo Lula

O país avançou muito socialmente nos últimos oito anos de mandato de um ex-metalúrgico, os avanços foram visíveis, tanto economicamente, como no reconhecimento internacional. O presidente nos deixa uma sucessora e ostenta números recordes de popularidade, acertou muitas vezes, mas ainda assim a corrupção foi assunto que incomodou o governo federal. Mas uma coisa é fato, quer alguns teimarem em não reconhecer, Lula é um herói nacional e líder de massas. Ele merece reconhecimento pela sua história de vida e sensibilidade para tratar das questões sociais como sua principal bandeira. Lula deixa sua marca como o presidente mais popular da história.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ordem e Progresso?


O Exame Nacional do Ensino Médio realizado em todo país e que deveria servir para ajudar os alunos a entrar na faculdade, está sendo a maior dor de cabeça para eles. Alunos que estão em uma fase decisiva em suas vidas, perderam o sono desde que as impressões das provas estavam erradas. Diversas manifestações estão ocorrendo em todo país, de alunos que querem acima de tudo, ter o sonho de entrar para o ensino superior respeitado.
Essa prova foi a grande responsável por um salto de alunos oriundos de escolas públicas terem sua chance de entrar nas faculdades federais, além de testar o conhecimento longe das “decorebas” de cursinho, mas com o vazamento das provas e agora o erro deste ano, estão fazendo com que o Enem perca a sua credibilidade. Essa questão me faz refletir o que significa mesmo a frase “Ordem e Progresso” ?

Xenofobia

Em um país como o Brasil, tão vasto e tão grande em miscigenação e cultura, deveria se orgulhar de seu povo e de suas riquezas naturais, mas parece que uma parcela da população não entende desse orgulho, e ao final do segundo turno das eleições presidenciais lançaram uma campanha de ódio no twitter contra os nordestinos, dando-lhes a responsabilidade pela eleição da Dilma.
Quem mais impulsionou a campanha foi a própria imprensa, que fez questão de frisar a todo o tempo que a vantagem da candidata se estenderia ao chegar aos estados do Norte e Nordeste, exibindo muitas vezes um mapa em vermelho e azul, dividindo o nosso país e colocando Minas Gerais e Rio de Janeiro no Nordeste e São Paulo no Sul.
Um país que mostrou repulsa contra o aborto seria muita pretensão ser a favor de ataques contra um povo que vive dentro da mesma nação, que ajudou a construir nossa história. Também acho muito preconceito o fato de ricos votarem em quem defende rico, fazendeiro em quem defende fazendeiro. E qual o grande motivo que há em nordestino não poder votar em quem ajuda eles?

Deus não é cabo eleitoral

Um dos grandes desastres dessas campanhas, que me fez por muitas vezes ter vergonha de ser brasileira, foi o baixo nível usado. Até Deus entrou na briga, e os candidatos buscaram mostrar quem era o mais santo, o mais crente, o mais religioso. Espero que as eleições presidenciais 2010 sirvam de lição para aprendermos que Deus não é cabo eleitoral.

A primeira Mulher

“Agora você pode”. Foi assim que Dilma já eleita mandou um recado para milhões de mulheres nesse país. Dilma representa uma ruptura total contra o preconceito feminino e abre uma nova era em nossa história. E será que ela seguirá no rumo certo? Isso só o tempo dirá!

sábado, 13 de novembro de 2010

A paixão pelo Inter


Ensaio sobre O Inter feito para um trabalho de faculdade na matéria de Jornalismo Especializado que me permitiu homenagear o meu irmão

“Glória do desporto nacional
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar”

Porque afinal existe toda essa paixão acerca de algo que não vivenciamos? Ou talvez como dizem os mais céticos, a paixão explosiva diante de algo que nem sabe que a gente existe, ou não está nem aí para os nossos sentimentos? O que realmente posso dizer, é que talvez a resposta mais óbvia fosse à possibilidade de sermos guiados pelas nossas emoções, e não agirmos pela razão. O fato de simplesmente ser apaixonada por um time de futebol, não nos faz totalmente dependentes desse vício, e talvez não nos deixe menos pensante, o fato é que esse sentimento existe, e ás vezes fica tão forte que não temos nem como controlar.
Eu não escolhi torcer pelo Inter de Porto Alegre por acaso, minha história com o meu time está entrelaçada desde quando eu nasci, e talvez Nelson Silva, o dono da letra do hino do Internacional, já esperava que no interior do Paraná fosse nascer mais uma colorada e introduziu na sua letra a parte do “Eu vivo a exaltar”, pois foi exatamente isso que eu fiz minha vida inteira. Quando nasci em abril de 89, lá estava meu pai todo babão e minha orelha tão pequena foi vítima dessa paixão, lá na Policlínica São Vicente de Paula, a mais tradicional de Francisco Beltrão, lá mesmo colocaram em mim brincos vermelhos que remetiam as cores do Inter. Desde pequena vi meu pai com seu radinho exposto na sala sintonizado na rádio gaúcha, acompanhando cada lance, cada notícia, cada passo do Inter, e o tão sonhado título mundial nunca vinha, o que vinha era um título aqui e ali regional, a maior alegria então era ganhar do Grêmio, seu maior rival, lembro como se fosse hoje, o Inter dando uma surra histórica com sete gols pra cima do Grêmio em 1997, e eu lá toda eufórica pulando e gritando com a camisa do Inter, que na época ainda era patrocinado pela Coca Cola.
E foi exatamente nesse dia e neste ano que começou minha paixão pelo Inter, quando eu comemorava os gols do Inter, minhas amigas gremistas me perguntavam o que afinal eu ganhava com aquilo? O fato é que eu não me importei, e continuei gritando de felicidade como se eu estivesse ganho na Mega Sena acumulada, tamanha a minha euforia. E foi em abril de 1997 que ganhei minha primeira camisa do time, estava fazendo aniversário de oito anos e meu pai desembrulhou o presente e lá estava ela, tinindo de nova, branca e vermelha, e não a larguei mais, até hoje vejo as fitas que meu pai gravava nesta época, eu com minha camisa do Inter toda orgulhosa. E por falar nas minhas amigas gremistas, rolava ceninha de ciúme, rolava até algumas briguinhas, cheguei ao ponto uma vez de colar na porta da minha casa um cartaz onde eu dizia que era proibida a entrada de gremistas.
Até aquela época nunca tinha parado para pensar muito no que eu ganhava fazendo todo esse estardalhaço, pouco me importava naquela cabecinha de criança ingênua, só me importava mesmo em provocar as minhas amigas.
Mas irei dissertar um pouco mais sobre essa paixão. Ela era nutrida muito mesmo pelo fato da competição, na minha família, que tem um lado bem gaúcho, havia e ainda há santistas, corintianos, gremistas e meu pai e uma tia, colorados roxos. Sempre que nos reuníamos aos domingos para os churrascos em família, todos esperavam a Globo passar o jogo no domingo a tarde, como só passava um, os torcedores dos times que não estavam jogando ao vivo, ficavam na expectativa de esperar pela bolinha avisando de um gol, quando ela aparecia, esses mesmos ansiosos iam para frente da televisão e tentavam acertar os lances na esperança de ser o seu time o que acabara de fazer o gol. Sobre a paixão que cada um sentia pelo time, ninguém sabia dizer ao certo, meu tio porque gostava muito do Rivelino que jogava no Fluminense, meu pai porque gostava muito da cor vermelha do Inter, e porque também em 1979 na época em que escolheu o time, ele havia faturado a Campeonato Brasileiro de forma invicta. Minha outra tia também colorada, aprendeu com o pai e também passou a vida inteira ouvindo os jogos do Inter as margens do Rio Guaíba. Meu avô era santista por causa do Pelé, e até hoje nem meu outro tio palmeirense, nem minha avó corintiana conseguiram explicar o motivo de torcerem pra seus respectivos times, até que em 1990, uma tia minha se casou com um gremista, e o resto da história você pode imaginar. Toda vez que vamos até a casa deles em Joinvile SC, meu pai se recusa a tomar chimarrão na cuia com o símbolo do Grêmio, só aceitou uma vez, quando colocou um lenço para tapar o símbolo e evitar que suas mãos coloradas tocassem naquele símbolo azul.
Mas vamos aos fatos. Acredito que não agimos pela razão, que as nossas paixões auxiliam a nós movermos nossas vidas, mas em algumas vezes, não sabemos usar nossa paixão para o bem, como é o caso da violência no futebol. Nos últimos dez anos, 42 torcedores morreram em conflitos dentro, no entorno ou nos acessos aos estádios de futebol. Os dados foram estudados por um sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Murad, baseado em dados fornecidos por jornais, revistas e rádios das principais cidades do país entre os anos de 1999 e 2008.
Neste período a média ficou em 4,2 mortes em cada ano. No período entre 2004 e 2008 o número de mortes totalizava 28, uma média de 5,6 por ano. A proporção é ainda maior se contabilizarmos somente os últimos dois anos, com 14 mortes, média de sete por ano, constatando que está cada vez maior o número de óbitos entre as torcidas de futebol.
Eu bem sei o que são esses fatos. Moro há algumas quadras do estádio do Atlético Paranaense, e sei da algazarra, dos xingamentos e das loucuras que os torcedores fazem simplesmente para ver o time, e quando ele perde agem muitas vezes como animais selvagens. Ao constatar isso, me remete ao que minha amiga me falava há anos atrás, em 1997, quando entrei de cabeça na minha paixão pelo Inter, quando pulava de satisfação pelos gols, e me vem cada dia mais forte aquela frase: O que você ganha com isso?
Mas vou continuar a respeito da paixão. Quando ela é verdadeira, não importa, quando ela nos dá prazer ou alegria, não importa o preço. Ainda vibro com o Inter, já estou me formando na faculdade e ainda tenho brilho nos olhos quando ele joga. Vi ele ser Campeão do Mundo em cima do Barcelona em 2006, exatamente no dia 17 de dezembro de 2006, que marcou totalmente a minha vida. Não consegui ver o jogo inteiro, saí de casa naquela manhã de domingo simplesmente por medo de não conseguir esse título, do medo de perder mesmo, e ficar sem fazer história e acabar a vida inteira me remoendo e querendo esse título. Meu nervosismo, o coração a mil me impediram de ver o jogo ao vivo, mas exatamente aos 37 minutos do segundo tempo, quando os gremistas da cidade já tinham acabado com todos os foguetes das mercearias que ainda estavam abertas e também torcendo pelo Barcelona, eu estava na esquina da minha casa e vi quando meu irmão gritava como eu nunca havia o visto gritar na vida, um grito de excitação, de completa felicidade, uma explosão de contentamento, que há anos ele guardava no peito, pois só eu sei o quanto ele sofria quando o Inter perdia para o Grêmio, ele chorava em frente ao rádio, não querendo nem ir para a aula, com medo das retaliações de seus colegas gremistas. Mas foi aos 37 minutos do segundo tempo,com o gol de Adriano Gabiru, que até aquele momento ninguém conhecia, ficou a frente do poderoso Barcelona que tinha estrelas como Ronaldinho Gaúcho e o português Deco, que tinham acabado de eliminar um time mexicano com quatro gols e estavam achando que ia ser mamão com açúcar derrotar um time gaúcho que nunca havia estado em uma competição mundial de clubes. O fato que naquele dia todos os gremistas do planeta baixaram a cabeça, e fiquei sabendo até de alguns que choraram de raiva, pois o mundo estava sendo pintado de vermelho, vermelho da paixão, vermelho do Inter.
Eu claro, vibrei o dia inteiro, eu e minha família quase nem acreditávamos, meu irmão chorava em frente à televisão, e seguimos até a avenida com vários colorados da pequena e pacata cidade de Realeza no Paraná, como se estivéssemos ganho na Loto Mania, como se tivéssemos sido abençoados pelo Papa, ou sabe se lá Deus, qual outro motivo para causar tamanha alegria e alvoroço.
E essa minha paixão? Que me importa saber que não ganhamos nada com aquilo? Hoje vendo tudo isso. Acho que ganhei sim, ganhei a oportunidade de poder sonhar, de vibrar, de me alegrar com a alegria de todos. A oportunidade de ver uma união tão fiel, mas tão fiel mesmo, que não importa onde o Inter esteja, ganhando ou perdendo, ela continua aqui, bem grande dentro do coração.
A paixão de escolher a cor do seu quarto na cor vermelha, de suas roupas na cor vermelha, de andar na rua e ficar cantando o hino feito uma boba, de se refugiar na televisão do vizinho para ver a partida quando a sua televisão a cabo te deixou na mão. De chegar à sua casa e ver lá o quadro exposto do Inter de 79, e saber reconhecer todos os jogadores, mesmo nunca tendo os visto jogarem, pois nem havia nascido naquela época. A paixão de todo glorioso 17 de dezembro reunir a família na sala para assistir novamente a partida do título mundial, até decorar todos os lances, somente para reviver as emoções. A alegria da paixão de ser domingo e poder entrar no site do Inter atrás de mais um jogo, para saber onde joga. A petulância de falar de paixão de alguém que viveu e vive isso em seu cotidiano, e que nunca se arrependeu de ter escolhido esse time.
Mas o destino acabou reservando uma surpresa para essa família colorada, a minha família. Quis a vida que nós fossemos premiados com essa dedicação. Meu irmão caçula que sempre amou jogar bola acabou sendo escolhido por um olheiro do Paraná Clube em 2008, quando jogava os campeonatos regionais, em um ano e meio conseguiu notoriedade e foi eleito o melhor zagueiro da competição em 2009. No meio desse ano, quando estava prestes a assinar com o Paraná Clube novamente, foi impedido por alguns empresários, inclusive um agente da FIFA, que queria colocar ele dentro do Beiro Rio, ou seja, nas categorias de base do Internacional de Porto Alegre. Imaginem a nossa alegria? E foi isso mesmo que aconteceu, em agosto de 2010, o Alisson meu irmão, foi ao Inter, essa história de paixão e lealdade teve um desfecho digno de filmes com os finais mais lindos e encantadores. O Alisson defende o Inter hoje, e apesar da pouca idade, com 16 anos, já está conseguindo espaço lá dentro. E essa paixão está arrastando muita gente, agora todos os nossos conhecidos querem ser colorados, uma parcela da família que não tinha assumido time nenhum quer ser colorada. E quem disse mesmo que essa paixão não nos trouxe nada?
Alisson Brand assina com Internacional de Porto Alegre

Escrito por Jornal Liberal Seg, 02 de Agosto de 2010 09:39
O atleta Alisson Brand, o Brandinho, 16 anos, assinou contrato com o Internacional de Porto Alegre (RS), onde irá defender as equipes de futebol da base do time gaúcho. Ele estava há dois anos nos times de base do Paraná Clube, em Curitiba, onde se destacou e foi premiado na Seleção Paranaense Juvenil do Campeonato de 2009, e foi indicado e pré-selecionado neste ano para a Seleção Brasileira sub-16.
Alisson, filho do economiário Deonildo Brand e Seloir Alievi Brand, residentes em Realeza, iniciou sua carreira ainda criança, jogando futebol e futsal no Marrecas Clube, em Francisco Beltrão. Em 2003, quando a família se mudou para Realeza, ele começou a se destacar na escolinha municipal do Real.
Em 2008, através da Escolinha Atletas do Futuro de Francisco Beltrão, um olheiro do Paraná Clube selecionou Alisson para compor as equipes da capital paranaense. No mês passado neste ano, um técnico do Internacional, o observou e avaliou, aprovando o desempenho do atleta e o contratando para o juvenil do colorado, equipe que também é seu o time do seu coração.
A família orgulhosa pelo filho, deseja todo o sucesso e declara que estão na torcida para que continue, cada vez mais, sendo jogador de destaque no mundo do futebol.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Que país é esse?


No dia 6 de fevereiro de 2007, o recém eleito deputado federal Clodovil Hernandes subia no plenário pela primeira vez, e falou de uma lei do qual queria mandar ao Congresso. Uma lei que infelizmente não saiu do papel, pois o deputado veio a falecer anos mais tarde. Disposto a acabar com a tradição dos discursos inúteis, Clodovil afirmou que a Casa Legislativa representava o país, mais com tanta algazarra, parecia um mercado, pediu silêncio e disse que amava o país mais do que qualquer pessoa que se encontrava ali.
Quem já teve a oportunidade de assistir a uma sessão plenária como eu, deve ter sentido a mesma coisa. Na escola, desde o jardim de infância fomos educados a fazer silêncio para ouvir, mas parece que muitos dos nossos políticos não aprenderam a lição número 1. E não precisa ir para Brasília para assistir a isso, na Câmara Municipal de Curitiba, um projeto que beneficiava os homossexuais quase não foi aprovado, pois os vereadores não conseguiram ouvir o que se discutiam ali.
Será mesmo que os políticos sabem que estão mesmo representando o país? Será mesmo que eles têm consciência do quanto é importante as leis que passam pelas votações? Será mesmo que eles têm noção do que falam e do que se discutem ali? Basta ir até uma Casa Legislativa para dar apoio à lei de Clodovil. Na Assembléia Legislativa do Paraná, um deputado chegou ao cúmulo de dar lições que segundo ele, eram em benefício da população. Uma delas era não se esquecer de olhar o sapato antes de calçá-lo, lá poderia haver uma aranha marrom e isso poderia ser mortal.

Comunicação

O artigo 54 da Constituição Federal proíbe que políticos sejam donos de veículos de comunicação. A lei existe, o que não existe é o respeito a ela. Em alguns discursos, nobres políticos chegam a fazer propaganda de suas rádios e televisões. Dos 27 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 20 estão representados por políticos como proprietários de veículos de radiodifusão. Os políticos do DEM saem na frente com 58 veículos e representam 24,1% do total da classe sócia de meios de comunicação. Os filiados ao PMDB aparecem em segundo lugar com 48 veículos em seu poder (17% do total), seguido dos políticos do PSDB com 43 canais de TV ou rádios. O mapeamento foi feito pelo Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação e descobriu ainda que 147 prefeitos, 55 deputados, um governador, 48 deputados federais e 20 senadores têm vínculo direto com os meios de comunicação. Com esse patrimônio de comunicação fica difícil não acreditar na manipulação de informação em favor de interesses.

CQC

O programa CQC da Rede Bandeirantes já nos deu um exemplo de como os políticos estão preocupados com o que falam e o que assinam. Uma mulher a pedido do programa foi recolher assinaturas no Congresso Nacional para aprovação de uma lei. A maioria dos políticos assinou sem saber do que se tratava, sem saber que estavam dando apoio para que na cesta básica brasileira fosse inserida a cachaça.
E é exatamente esse o exemplo que é levado à sociedade. Um exemplo de desrespeito e injustiça. Um país que não respeita nem a própria constituição, mas que há cada eleição faz tudo, conserta tudo, promove tudo, avança na saúde e na educação. Mas afinal, que país é esse?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

E Viva a Democracia!?


Milhões de brasileiros foram até as urnas no dia 3 de outubro, em meio a um processo eleitoral marcado por candidatos bizarros, propaganda, distribuição de santinhos e disputa no voto a voto. No dicionário brasileiro a palavra democracia quer dizer a participação direta de cidadãos para a tomada de decisões, mas o que vimos então foi à desistência de muitas pessoas ao anularem seus votos, não sabendo o quanto é importante a sua participação. Ouvimos falar muito em voto consciente, mas o que vimos também foi à reeleição de candidatos devedores a justiça, fazendo com que a tal famosa lei do “ficha limpa” virasse pizza e permitisse a entrada novamente de macacos velhos na política brasileira. Na Assembléia Legislativa do Paraná, ambiente marcado por escândalos e funcionários fantasmas, os mesmos continuarão lá, pois a parcela de renovação não foi significativa.
A palavra democracia nunca esteve tão na moda. Foi essa a justificativa mais usada para que as eleições presidenciais fossem para o segundo turno. E eu pergunto: Democracia é usar de mecanismos baixos para atrair votos? Democracia é puxar o tapete do adversário com calúnias e difamações? Democracia é a invenção de factóides? Democracia é ao invés de discutir projetos é apontar os erros e não trazer as soluções?

É só o aborto?

Polêmica também deve fazer parte da democracia. Assuntos que mexem com valores religiosos viraram cartada final para mudança nas intenções de votos. Mas é só o aborto mesmo que está fazendo com que o nosso país não seja de primeiro mundo? É só o aborto que está impedindo que não acabemos de vez com a miséria e não cuidemos do nosso meio-ambiente? É só o aborto que tem relevância social? Só se resume nisso os nossos problemas? É só isso que vamos colocar em pauta?

Um palhaço em meio a palhaçadas

Não condeno os milhões de votos que o palhaço Tiririca obteve nessas eleições. Também não vou condenar os motivos que o fizeram se candidatar. Li suas propostas de governo e acho válida sua preocupação com os pobres e os nordestinos. Só que os poderosos do alto de seus mandatos que nunca conseguiram chegar a semelhantes resultado nas urnas se incomodaram, dizem que é desrespeito a democracia. Eu vou lhes dizer o que é desrespeito. Desrespeito é aumentar os seus salários a hora que quiserem. Desrespeito é não cumprir com suas promessas. Desrespeito é esvaziar o Congresso Nacional com a justificativa de recesso, sendo que milhões e milhões de brasileiros estão trabalhando duro, muitas vezes em condições precárias, para pagar o salário deles e não receber um quinto do que eles ganham no final do mês. Desrespeito é mudar as vírgulas de uma lei popular para se manterem no poder. Desrespeito é um deputado ter um castelo não declarado, enquanto milhões não têm moradia digna. Desrespeito é dizer que está pouco se lixando para a opinião pública. A política brasileira há muito tempo virou um circo, e o que é pior, os palhaços somos nós que muitas vezes somos coniventes com o que acontece, e não fazemos nada.

Eleições

“Você sabe o que faz um governador? Então vote em mim que meu marido sabe!”. O caso Roriz nos faz entender o que é necessário para continuar no poder. Agora é simplesmente ter a esposa para colocar no lugar. Weslian Roriz concorre ao governo do Distrito Federal no lugar do marido Joaquim Roriz que foi cassado. Basta acessar aos vídeos no youtube e assistir aos debates onde ela participou e constatar que faltou o marido para dar assistência.

sábado, 28 de agosto de 2010

Assim não, Bonner!


Faltou um pouco de profissionalismo ao reinado jornalístico de William Bonner no Jornal Nacional. Quando todos nós estávamos prestes a conferir em cadeia nacional às propostas dos candidatos a presidência da República, houve um show ao vivo de uma criança birrenta que mal deixava os aspirantes ao Palácio do Planalto falar. Ao invés de permitir que os mesmos explanassem as suas idéias, houve um tiroteio de acusações, o que não contribui em nada para a democracia, e muito menos para decidir voto. O que se viu ali foi uma tentativa de derrubar a todos, ou seja, falando apenas do lado negativo de cada um.

Horário Eleitoral 1

Como disse o jogador fenômeno Ronaldo em seu twitter, ver o horário eleitoral é como se estivesse assistindo a um programa engraçado. De fato é! Para quem teve a oportunidade de ver, figuras ilustres como o Kiko do KLB e até o Tiririca são candidatos. Ao ser entrevistado, Tiririca mostrou mesmo que nasceu para o humor. Não tinha conhecimento do que fazia o cargo da qual irá disputar e ainda lançou o slogan: “Vote no Tiririca, pois pior não fica”. Também confessou sempre anular seus votos, não lembrar do nome de seus assessores e quando for eleito, aí sim ele irá procurar saber o que faz um deputado. Bela opção, não?

Horário Eleitoral 2

O que seriam dos candidatos sem os marqueteiros? O que seriam dos nossos ouvidos sem um batalhão de assessores por trás? O que seriam dos candidatos sem botox, aulas de psicodrama e consultoria de imagem? Eu realmente não sei. Para quem entende do negócio, sabe que a imagem é tudo! É uma festa de candidatos mostrando serem humildes, de família e tentando mostrar sinceridade com frases como: “Olhando aqui olho no olho”. Acho mesmo que o salário dos marqueteiros e assessores deveriam dobrar, assim como uma homenagem e uma salva de palmas bem forte para o botox e afins.

Horário Eleitoral 3

Apesar do festival de quem pode ocupar o lugar depois das eleições da mocinha ou mocinho do dramalhão mexicano, eu pelo menos tenho algumas dúvidas em relação as campanhas. Falam em construir ministérios, mas não dizem como irá funcionar. Falam em construir hospitais, mas não dizem de onde virá a verba. Eu quero saber! Esses dias um candidato prometeu uma bíblia gigante ao Paraná, pois segundo ele, ajudaria o turismo religioso no estado, apesar de ser uma proposta no mínimo bizarra, ele esqueceu de dizer onde fará essa obra, e quantas pessoas ele quer atrair para cá. Falam em milhares, mas não o número exato, repetem discursos de construções de escolas, creches, centros de saúde que parece ser a repetição de anos anteriores, ou seja, parecem usar as mesmas propagandas de 4 em 4 anos.

Horário Eleitoral 4

Se não houvesse tantas acusações. Se as pessoas se unissem em favor de um benefício, mas não, o que mais interessa é o poder. O que mais parece que interessa é sempre estar nas cadeiras tão cobiçadas. E nós ficamos aqui, protagonizando esse circo e sonhando com uma palavra chamada “democracia”.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Violência contra a mulher


O Conselho Econômico das Nações Unidas em 1992 definiu a violência contra a mulher como: "Qualquer ato de violência baseado na diferença de gênero que resulte em sofrimento e danos físicos, sexuais ou psicológicos a mulher, inclusive ameaça de tais atos, coerção e privação de liberdade na vida pública ou privada”.
No Brasil é crime através da Lei Maria da Penha, que reconheceu que as maiores agressões acontecem no ambiente doméstico, e são cometidas em sua totalidade pelos maridos dessas mulheres. Mas parece que muitos homens ainda não entenderam se tratar de um crime, pois é crescente o número de denúncias como o caso chocante de Eliza Samúdio e o goleiro Bruno do Flamengo. É repugnante o desfecho desse caso, e faz parecer que a violência contra a mulher nunca irá cessar. Mal esse caso vem á tona, começam aparecer corpo de professora enterrada na areia da praia e ex namorada morta encontrada dentro de seu carro em um rio. Ou a lei funciona, ou teremos que viver a Lei do Tabelião -“Olho por olho, dente por dente”. Já pensaram como seriam os castigos? Homens sendo comidos por cachorros, ou jogados pelas janelas, estrangulados e etc. Desde pequena aprendi que mulher não se bate nem com uma pétala de rosa, o que continua assustando é a covardia. Covardia, pois nunca nada irá justificar semelhantes crueldades. Esses casos chamam ainda a atenção das autoridades a tomar medidas mais duras.A mídia abordando o assunto só divulgando os casos, parece querer disseminar tais práticas. Os veículos de comunicação parecem disputar entrevistas de advogados, primo do vizinho que conhecia a Eliza, e não está nem um pouco se importando em cobrar o fim desse tipo de violência.

A Copa do Mundo não é nossa!

É difícil para a pátria de chuteiras terem que digerir uma nova derrota. Não sabemos perder, ou nos acostumamos às vitórias. Eu sou assim. Em 1990 eu tinha apenas um ano de idade, deste período em diante, assisti o Brasil chegar às finais em 1994, 1998 e 2002. Até quatro anos atrás não sabia o que era assistir uma final de Copa do Mundo sem o Brasil.
Perdemos porque perdemos. Futebol não é uma matemática exata, ás vezes falta sorte, ou talvez um juiz companheiro que não veja aquela falta dura, ou lhe dê aquele pênalti que só ele viu. Perdemos porque existem dois times, e um deveria ficar no prejuízo e voltar para a casa. Perdemos porque o futebol não é uma ciência, pode até haver favoritismo, mas ele acaba com a bola rolando. O que explica os comentaristas com anos de experiência nunca ganharem um bolão da Copa, na maioria das vezes é sempre aquele que não entende nada. No twitter, quem estava em primeiro lugar era a Dani Bananinha do Caldeirão do Huck
Não adianta apontar um culpado. Se foi a má escalação do Dunga ou a falta do Ganso e do Pato. Precisamos saber perder. Precisamos saber que desta vez, não deu! Criticar é muito fácil, é muito fácil ficar apontando os erros. Os erros existem para serem acertados, e não acabar com a carreira de muitos jogadores. Um dos erros que percebi não apenas nessa Copa, mas em todas, é que do dia para a noite todos viramos nacionalistas ao extremo, mas quando acaba o Mundial, onde estão as bandeirinhas? Onde está aquele orgulho de cantar o Hino Nacional? Agora o único título que nos interessa é o título de eleitor. Esse sim garante o nosso futuro.

Bater não! Educar

Em comemoração aos 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, foi encaminhado ao Congresso Nacional um projeto que proíbe os pais de dar castigos físicos ou humilhantes aos filhos. Essa lei me lembra de uma música que tocava em um programa que dizia: “Violência, só gera violência”. Eu assino embaixo, pois se queremos mesmo educar cidadãos para o futuro, o diálogo ainda é a melhor saída.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A importância do Jornalismo


O que fazemos nós, os estudantes de comunicação para que a democracia funcione? O pensamento do estudioso em comunicação Richard Rorty, nos remete a uma reflexão sobre a importância do jornalismo. Sua função é vital para a justiça e a democracia, tem condições de denunciar os erros, a corrupção, e pode fornecer uma visão para educar e florescer o sendo critico nos cidadãos.
A cassação do diploma em junho de 2009, pode estar fixado em apenas um ponto. O fato de que o poder tem medo do jornalismo e dos jornalistas, pois sabe quem é que pode fiscalizar e denunciar. Um exemplo claro da participação do jornalismo e de seu eficaz valor, foi o escândalo que envolveu a Assembleia Legislativa do Paraná, só sendo possível graças às denúncias feitas pelos jornalistas. Se o papel desses profissionais não fosse cumprido, nós paranaenses estaríamos sem nem imaginar para onde estava indo o nosso dinheiro.
Talvez em muitos casos, ou até em faculdades de jornalismo, esse pensamento não seja bem repassado ou assimilado pelos acadêmicos, a constante competitividade, e a luta pela sobrevivência, faz com que alguns sonhos, ou até mesmo a vontade de mostrar uma luta a favor da sociedade, deixe de existir. Muitas vezes o próprio jornalista é manipulado, falta com a verdade e se corrompe a favor do poder para garantir seu emprego, tendo uma parcela de culpa na manipulação dos meios de comunicação e nos abusos do poder.
O jornalista Jacir Alfonso Zanata transcreve o jornalismo como um agente transformador da sociedade. Também defende que nós estudantes e os próprios jornalistas deixem de pensar que são meros repassadores de informação. Para ele, o jornalista é o oxigênio da formação humana. Continua sua tese afirmando que além de preparo e bom texto, é preciso muita leitura e conhecimento sobre tudo, pois hoje, as universidades são mais técnicas do que a serviço do conhecimento e do sistema social.
Outro exemplo da importância do jornalismo nos remete as causas sociais, ao serviço da população, e não dos poderes tanto econômico, político e até religioso. Na cidade de Campinas no estado de São Paulo, três bairros foram beneficiados por uma nova forma de jornalismo, o jornalismo que prioriza o cidadão. Foram desenvolvidos trabalhos que ajudaram a melhorar a vida em comunidade, a auto-estima e diminuição dos índices de violência. O jornal “Conexão Jovem” retratou os bairros paulistas fora das páginas policiais, divulgando ações positivas, assim como uma cobrança aos governantes a resolver os problemas sociais e dar oportunidade aos residentes dos bairros. Dentre os frutos colhidos desse projeto, que foi coordenado pelo jornalista Amarildo Carnicel, está o resgate do ideal em acreditar no potencial dessas pessoas e até inseri-las no mercado de trabalho, proporcionando uma nova vida.
Por último, o jornalista Carlos Heitor Cony sugere que é preciso ressuscitar os dinossauros, os jornalistas intelectuais que pensam e contribuem para a sociedade.

sábado, 15 de maio de 2010

A vergonha tem nome e endereço


Quando os olhos de diversas pessoas ainda brilhavam e proclamavam por justiça e política digna a todos os cidadãos, e quando o resgate da confiança na política borbulhava entorno de campanhas como "Voto Consciente" e "Ficha Limpa", estourou um novo escândalo. Não tem mais como nomear isso, a não ser chamando de vergonha! E ela tem nome e endereço - Diários Secretos da Assembléia Legislativa do Paraná, na praça Nossa Senhora da Salete, sem número, Centro Cívico,em Curitiba.
Os gelados ares curitibanos, não esperavam por mais esse caos na política, só vindo a tona graças as investigações de jornalistas. Os Diários Secretos que tratam de pagamentos a funcionários fantasmas, que não tem nenhum vínculo com a Casa Legislativa, veio de vez para derrubar a confiança que ainda podíamos depositar nos políticos e levou a prisão de diretores da Alep como: Abib Miguel, José Ary Nassif e Claúdio Marques.
O que foi ainda mais desprezível nesse contexto, foi a tremenda cara de pau de alguns deputados que propuseram uma PEC (Proposta de Emenda a Constituição do Paraná) pretendendo acabar com a cessão de policiais para auxiliar nas investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Caso seja aprovada, a proposta irá inviabilizar a atuação do órgão que conta com a colaboração de policiais cedidos pelo governo estadual para combater organizações criminosas. Ou seja, três dias após o Legislativo ter sido alvo de uma operação de busca e apreensão de documentos comandados pelo Gaeco.
E agora, aprovando o projeto, a polícia não poderá mais atuar, e eles não poderão mais serem presos ou deixarem seus cargos. Nada mais justo para quem tem o poder nas mãos. Não é mesmo?
O Ministério Público já divulgou nota afirmando que a PEC é inconstitucional. 20 deputados assinaram o projeto contra Ministério Público, mas até o momento nenhum nome foi revelado. Por baixo dos panos, lá vão os nobres deputados na tentativa de se safarem de mais essa e torcendo para que tudo caia no esquecimento. Lembrando que não foram todos, e que ali existem sim, gente honesta.

Ficha Limpa: Quem não deve. Não teme!

O projeto "Ficha Limpa" que é de interesse de todos e teve iniciativa popular, impede agora que políticos condenados pela Justiça se candidatem a cargos, foi aprovado pela Câmara no dia 11 de maio, e conta com o apoio da maioria do Senado.
Dos 81 senadores, 50 disseram que votarão a favor do projeto. O texto será votado em plenário em data ainda a ser definida.
Quem não deve a justiça, não tem como temer um projeto como o Ficha Limpa, mas parece que alguns políticos paranaenses não dormem com a sua consciência tranqüila. Atenção eleitor, os deputados federais que foram contra, o Ficha Limpa foram: Chico da Princesa, Dilceu Sperafico, Giacobo, Nelson Meurer, Odílio Balbinotti e Ricardo Barros.

Voto Consciente: Agora é com você!

O Ficha Limpa já mostrou que a nossa participação gera bons frutos. O poder de decisão está em nossas mãos. Depois de votar no político, não adianta depois só criticar, pois não foi o Papai Noel, nem muito menos, um disco voador, que os colocou em suas cadeiras confortáveis e lhes deram autonomia para se chamarem de governantes. Foi você, com o seu voto! Agora teremos uma nova oportunidade! É sua a decisão de construirmos um país melhor e despachar quem não merece a nossa confiança, pois o que eles mais querem, é gente desinteressada e sem nenhuma participação, pois assim ninguém fiscaliza, e eles poderão pintar e bordar as suas maneiras. 2010 é hora de renovação!

terça-feira, 23 de março de 2010

BBB- A humilhação


O deputado federal Nelson Goetten (PR de Santa Catarina) enviou um projeto de lei para a Câmara dos Deputados para proibir que as redes de televisão do país exibam cenas que desrespeitem a dignidade humana na veiculação de reality shows. De número 6446/09, o projeto de lei será analisado pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e de Constituição e Justiça e de Cidadania, e prevê uma multa de até R$ 50 mil para as emissoras que desrespeitarem a determinação da lei.
Atualmente, três emissoras brasileiras possuem reality shows. A Rede Globo está no ar com o "Big Brother Brasil", a Rede Record possui "A Fazenda" e o SBT o reality “Solitário”.
Muitos veículos de comunicação deram essa notícia em janeiro desse ano. O Big Brother Brasil- programa exibido pela Globo, está completando 10 anos, ou seja, há uma década esse formato televisivo chegava ao Brasil. A audiência sempre foi embasada no interesse que as pessoas tinham nesse novo formato, na curiosidade de ver como conviviam várias pessoas estranhas morando na mesma casa. Muitos anos se passaram, e pouca coisa mudou. Para se ter uma ideia, ele continua sendo fenômeno de audiência, e em uma noite o BBB consegue tirar milhões em dinheiro dos brasileiros, que ficam confinados em frente da televisão para decidir qual participante deve sair.
Assistindo algumas cenas desse programa, me incomodou por várias vezes ver que os participantes se submetem a provas humilhantes. Exibem sua vida pessoal para o Brasil inteiro julgar. Fazem coisas inimagináveis somente para estar na final e poder se tornar um milionário. Mas até que ponto isso vale a pena? Até que ponto vale à pena sofrer humilhações? Será que vale tudo por dinheiro? Será que vale fazer de tudo para ficar famoso?
Já foi exibido no programa Fantástico, depoimentos de pessoas comuns que fariam de tudo para serem como os ídolos. Em contrapartida entrevistou o ídolo delas. O resultado foi que os ídolos também fariam de tudo para ficarem no anonimato, de poder ter uma vida comum.
A revista Brasil de Fato fez o seguinte levantamento em reportagem em setembro do ano passado. Para 68% dos jovens brasileiros, "ser bem sucedido" significa tudo na vida de alguém. Ser feliz está abaixo, com 62%. No que diz respeito ao dinheiro, a reportagem levantou que 6% topariam roubar para ficarem ricos, e os outros 39% deixariam a profissão sonhada, por outra que ganhasse mais.
Pesquisas como esta comprovam o caráter materialista das pessoas. O quanto elas fariam de tudo para serem famosas e ricas. O que infelizmente a maioria delas não sabe, é que alguns meios de comunicação conduzem as pessoas a pensar que a única maneira de vencer na vida, seria atrair holofotes e possuir uma conta bancária alta. Mais será que um milhão e meio de reais paga a humilhação e exposição?

sábado, 13 de março de 2010

Mulheres. Há o que comemorar?


O dia 8 de março é comemorado em todo o mundo como o Dia Interncional da Mulher. A data é um reconhecimento da luta por uma participação de igualdade na sociedade e também contra a discriminação. Ela é comemorada desde 1910, em homenagem ás mulheres que morreram em uma fábrica de tecidos situada em Nova Iorque, por reivindicarem melhores condições de trabalho. A história conta que em 1857, as operárias desta fábrica de tecidos fizeram uma greve e exigiram a redução da carga de trabalho, igualdade de salários com os homens e tratamento digno. A fábrica acabou sendo incendiada, e aproximadamente 130 mulheres morreram carbonizadas.
A morte tão cruel serviu para que o mundo enxergasse um distanciamento entre homens e mulheres. Março foi oficializado pela Organização das Nações Unidas(ONU) como o mês da mulher. O fato é que esse mês, não é só para ser comemorado com presentes e homenagens, mas sim com reflexões sobre os inúmeros problemas que a camada feminina ainda enfrenta na sociedade, sobre discutir o papel da mulher, e o término do preconceito e a desvalorização deste gênero.
Agora eu pergunto: Há o que comemorar? Existe motivos para que o mês de março seja dedicado as mulheres? Claro que há! Pois ao longo da história, as conquistas vieram, e as mulheres continuam ocupando cada vez mais espaço.
Por questões culturais em alguns países, e o fato de que o homem é considerado o "chefe" da casa, o pioneirismo feminino foi acontecendo de um a um. No Brasil, a história não me deixa equivocada. Já em 1827, surge a primeira lei da educação das mulheres brasileiras, permitindo que frequentassem as escolas e estudassem o básico, já que instituições de ensino mais adiantado, eram proibidos. Em 1879, elas obtiveram do governo autorização para entrar no ensino superior. Chiquinha Gonzaga em 1885 rompeu barreiras e foi a primeira mulher no país a estar á frente de uma orquestra. Dois anos mais tarde, Rita Lobato Velho, tornou-se a primeira mulher a se formar em medicina. E as conquistas não pararam por aí. Vieram também o voto, a entrada na política, e o direito de poder participar de competições esportivas.
Ainda há o que avançar. As cinzas daquelas mulheres, jamais serão esquecidas! Morreram aquelas mulheres de coragem, que lutaram por uma causa nobre. Morreram aquelas mulheres indignadas com o tratamento por causa de seu gênero. Não morreu o exemplo que elas deixaram. Muito menos morreu, a garra das mulheres de hoje.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cuidamos bem de nossas crianças?


“As crianças quando são bem cuidadas, são sementes de paz e esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceito que elas. Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho do alto das árvores e das montanhas, longe dos predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito aos seus direitos e protegê-los.”
As últimas palavras usadas no discurso antes de sua morte, a doutora Zilda Arns não só deixou uma lição para a eternidade, mas levantou um problema pertinente, onde a maior arma contra esse mal são os cuidados com as nossas crianças, o zelo que temos que ter com elas.
Pelé em seu milésimo gol dedicou às crianças e pediu para que as defendessem. Todos concordam que elas são o futuro, mas não haverá futuro se não cuidarmos delas agora.
. Segundo relatório da Unicef lançado em 2006, nas atuais taxas de progresso, cerca de 8,7 milhões de crianças menores de cinco anos morrerão até 2015. No entanto, se houver trabalhos para a redução da mortalidade infantil, será possível salvar outras 3,8 milhões de vidas.
Nas Américas e no Caribe, grande parte do tráfico infantil visível é impulsionado pelo turismo e focalizado em resorts litorâneos, alimentando uma demanda de exploração sexual infantil e mão-de-obra, que pode ser facilmente explorada. Criminosos que transportam drogas através das fronteiras também estão envolvidos no tráfico humano.
É impossível quantificar o número exato de crianças de rua, mas certamente chega a dezenas de milhões em todas as partes do mundo. Em sua maioria não são órfãs. Muitas ainda mantêm contato com suas famílias e trabalham nas ruas para aumentar a renda doméstica. Frequentemente sofrem de abusos psicológicos, físicos ou sexuais.
A educação é inegavelmente um direito de toda a criança crescer saudável e garantir seu futuro. Hoje esse direito é negado a 121 milhões de menores. 83% das meninas, que não frequentam a escola, vivem na África do Sul. Os dados mais recentes em escala mundial indicam que a matrícula e a frequência escolar das crianças são inferiores a 85% em 70 países.
O mundo precisa saber que existem crianças lutando em revoluções e guerrilhas. Permitir isso é confiar-lhes ao mal, é roubar-lhes as esperanças. Como podemos esperar que no futuro sejam cidadãos bons e fraternos se descuidamos do seu presente? Qual a paz que a criança encontra, tendo que conviver com guerras? Não podemos deixar que muitas delas sejam exploradas, seduzidas e as impeçam de irem para a escola. Do contrário, não teremos esse tão sonhado futuro.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

2010


O ano de 2010 mal começou, e fomos logo pegos de surpresa por deslizamentos, caos e muita chuva. Pessoas perderam a vida comemorando a chegada de um novo ano. Novos sonhos, desejos e projetos que foram interrompidos não pela mão humana, mas pela força da natureza. Força que foi arrasadora. O que talvez muitos não saibam, é que não podemos contra ela, e muitas vezes, a chuva descontrolada é culpa do homem que destruiu o próprio ambiente no qual vive.

A dignidade posta em cheque

‘Que merda… dois lixeiros desejando felicidades… do alto de suas vassouras… dois lixeiros… o mais baixo da escala do trabalho’.

O apresentador e jornalista Bóris Casoy está sendo processado pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviço, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes (Fenascori), devido aos comentários que fez sobre os garis no Jornal da Band.
Bóris Casoy colocou em cheque, a dignidade de dois trabalhadores garis, que seguravam suas vassouras com orgulho. Ele não só feriu o que ele mesmo chamou de “lixeiros”, mas um Brasil inteiro, que sabe o quanto é difícil crescer na vida. O quanto é difícil lidar com o preconceito das elites dominantes. Isto é uma vergonha!


Perdendo a vida, ao lutar por ela

Zilda Arns é indiscutivelmente um ser humano que dedicou sua vida, em favor do próximo. Ela e outros militares perderam a vida, lutando pela sobrevivência de outras, em um tremor de terra no Haiti.
A médica pediatra tem um trabalho reconhecido mundialmente com crianças. Estima-se que cerca de dois milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes sejam acompanhados todos os meses pela entidade em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania.
Seu trabalho também serviu de modelo para vários países, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor Leste, Filipinas, Paraguai, Peru, Bolívia, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai, Equador e México.
Morreu o corpo de Zilda Arns. Ficou a lição de uma guerreira que nunca desanimou. Uma mulher que foi exemplo de vida, de garra e luta.
Perdas irreparáveis, e mais uma catástrofe que não podemos explicar, levando a devastação, o país mais pobre das Américas.


Cara de pau e perdão

Depois das imagens incontestáveis do governador do Distrito Federal colocando propina em suas meias, a cara de pau rola mesmo a solta no cenário político. Com medo de ser cassado e perder seu mandato, Arruda fez o papel ridículo de pedir perdão e dizer que entende a indignação das pessoas. Nesse contexto,ainda há uma boa notícia. Os lendários caras-pintadas ressurgiram.