quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Educação


Acompanhando o JN no Ar, apresentado todas as noites no Jornal Nacional, estamos vendo pela poltrona de nossas casas a realidade de um país onde a educação encontra abismos tão grandes, que em apenas uma cidade a rede pública de ensino se depara com o melhor rendimento e infraestrutura, e outra escola, sem o menor rendimento, onde até as salas de aula parecem acompanhar o péssimo desempenho, de tão mal cuidadas. Há muitas escolas sem reforma, de anos sem investimento, os computadores chegam, mas são largados de lado, sem nenhuma utilidade. Laboratórios e bibliotecas sem utilização, tudo na maior improvisação. Mas alguns governos estão lá presentes, dando uniformes e materiais didáticos e fazendo o maior alarde e propaganda. Há quem eu culpo? Posso fazer até uma lista enorme, e sei que o desafio é imenso, mas não impossível. O principal é que está faltando vida nas escolas, e maior participação dos pais desses alunos. Já tive a oportunidade de visitar algumas escolas públicas, e observei que as aulas demoram muito tempo para começar, pois o professor além de passar a matéria, tem que treinar a sua capacidade de paciência e pedir o mínimo de silêncio. Onde alguns alunos matam aula para fumar e passear. E eu pergunto: Onde estão os pais, que não deram educação ? Onde está a consciência de que estudar abre portas para o futuro?

Universidades

No Brasil, no último governo, foram criadas 14 novas Universidades Federais. Uma preocupação enorme para que todos os estudantes entrem no ensino superior e tenham a oportunidade de ter a sua profissão. A ideia de colocar todos na universidade é até plausível se não fosse apenas um contraponto. Hoje há muitos meios que facilitam a entrada na faculdade, o Sistema de Cotas e até as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) , mas foi esquecido que a grande dificuldade do Brasil de hoje, é muitas vezes o ensino básico. Desse modo, não adianta dar a oportunidade se o aluno não estiver preparado,sem ter as soluções nas deficiências do ensino fundamental e médio. Toda a vida escolar e acadêmica deve ter qualidade, e deve ser acompanhada na mesma igualdade e preocupação.

Professores

Quem nunca ouviu a frase de que tudo passa pelo professor?Todas as grandes profissões existem os professores que passam o seu conhecimento em uma sala de aula. Mas o professor não é valorizado. Talvez ganhe alguma homenagem do dia 15 de outubro, e só. Os professores desse país, em sua grande maioria, funcionários de escolas públicas e municipais, passam grande parte do seu tempo brigando com governos e exigindo melhores salários. Professor hoje em dia, é sinônimo de alguém que ganha muito pouco. Muitas vezes, até dribla todos os problemas que tem que enfrentar cotidianamente e dá aula como se fizesse mágica, por amor a própria profissão. Se a peça fundamental que é o professor não tem seu valor, como queremos exigir ensino de qualidade?

Bullying

Uma das grandes discussões dentro das escolas é a prática do bullying. Bullying no dicionário é um termo que vem do inglês, e que tem o significado de alguém que é “valentão”, usado para descrever atos de violência física ou psicológica para intimidar, ofender ou agredir outro indivíduo. Eu a grosso modo, chamaria apenas de falta de educação. Por que no tempo da minha vó, não existia isso? Sabe por quê? Por que antigamente o ensino era mais rígido, tanto na escola, quanto nas próprias famílias. Os valores como a educação, e o respeito, eram levados a ferro e fogo. Hoje, isso já não existe. O respeito que deveria vir de casa, não vem. E a televisão ainda ajuda a disseminar que o importante mesmo é ser magro e fazer sucesso, ajudando a quebrar com qualquer valor que ainda possa existir, sobrando à discriminação para quem não está dentro dos padrões impostos. Por esse motivo, posso repetir: o respeito e a educação começam dentro de casa.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Bolsas do Prouni


Uma reportagem exibida no Fantástico no último domingo dia primeiro de maio, denunciou bolsistas do Prouni que obtém o benefício sem ter o direito, pois as bolsas são destinadas a jovens oriundos de famílias pobres que não tem condições de pagar um curso superior. No ano passado, circulou na internet um texto de autoria de Rodrigo Cavalcanti, mostrando exemplos do cotidiano de como os brasileiros são corruptos. O autor nos coloca que o “jeitinho brasileiro” , não existe. É uma forma de nós mascararmos a nossa falta de competência, e muitas vezes até a malandragem, que consideramos ser algo de menor grau, que não afeta ninguém, e que ladrão é quem está no poder e desvia dinheiro. Alguns dos exemplos citados pelo autor ,estão uma simples corrida de táxi, ou em qualquer outro ambiente, onde nos deparamos com um troco errado, um valor a mais, mas que não devolvemos. O caso das bolsas do Prouni, não foge a regra. Há muitas pessoas carentes no Brasil precisando dessa oportunidade, mas que acabam se deparando com “malandros” que possuem condições de arcar com a mensalidade, mas que dão um jeito de passar a perna no governo e ficar com o benefício. Eles não estão apenas enganando o governo com o crime de estelionato, estão enganando a sociedade e a eles mesmos, que como a maioria dos brasileiros, vivem indignados com escândalos de corrupção, com políticos desonestos, que lamentam não viverem em um país mais justo, mas que infelizmente contribuem para isso. Tanto no caso das bolsas universitárias, como nos gestos simples, existem atos de corrupção, de roubo, de falta de ética. Enquanto não houver consciência de nossos atos, não teremos voz e nem moral para reclamar dos outros. O Brasil acaba virando essa ambiguidade, de julgar os outros, mas não dar o exemplo e agir corretamente, e que passar a perna, e enganar, só é um simples e inocente “jeitinho brasileiro”.

Vitória com gosto amargo

Osama Bin Laden, o líder dos atentados terroristas do 11 de Setembro de 2001, finalmente foi morto. Depois de quase uma década, os norte-americanos saíram às ruas em comemoração. É um grande engano comemorar uma vitória com um gosto tão amargo. Quantas pessoas não morrem inocentemente nesses atentados, guerras e afins no mundo? Foi o final de Osama Bin Laden, mas não o fim da violência e das guerras sangrentas. Não foi a última morte, e nem nunca será! A morte do líder não apagou os princípios da Al Qaeda, e nem trouxe de volta a vida de todas as pessoas mortas nas torres gêmeas. Não vi nenhum motivo de comemoração, pois o nosso mundo ao invés de resolver seus conflitos pregando a paz e o diálogo, usa da pior arma que pode existir. A violência do pior tipo: a de devolver na mesma moeda. A de responder aos ataques, com mais ataques ainda. Espero que não haja retaliações, senão o mundo será palco de mais tragédias.

Meu computador não matou ninguém!

O caso do massacre em Realengo, nos trouxe uma nova discussão. O quanto à internet pode nos facilitar a vida, e até ensinar um pseudopsicopata a se transformar em um assassino de sangue frio, oferecendo aulas de como atirar. Mas se analisarmos bem, assim como a internet, o jogo de futebol é uma forma de entretenimento, mas muitas vezes é usado como uma forma de violência entre as torcidas. Tudo acaba dependendo de como as pessoas a usam, se for em benefício seu e dos outros, até por que o meu computador nunca saiu atirando em ninguém.