quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O Brasil das Leis e do pouco resultado


Em entrevista logo após alguns meses de mandato, o tão contestado deputado Tiririca mostrou pouca animação com a sua atuação no Congresso. “Os parlamentares muitas vezes varam as madrugadas em discussões intermináveis em que ninguém escuta ninguém. Um deputado fala e ninguém presta atenção nele. Outro dia mesmo tinha um fazendo discurso sobre a educação. Outro pediu a palavra. É coisa de louco.” Tiririca também reclamou do trabalho de parlamentar, que segundo ele, não tem muito resultado.

Já tive a oportunidade de escrever sobre os absurdos que alguns parlamentares cometem em fazer discursos inúteis e fora do contexto em algumas Casas Legislativas, gastando um tempo que deveria ser usado para tratar de leis em benefício da nossa população. São tão absurdas, que temos que ouvir monólogos sobre aranhas venenosas e até propaganda de seus próprios meios de comunicação- o que é proibido no Brasil, políticos terem qualquer vínculo com meios de comunicação.

Já paramos para pensar quantas leis existem no Brasil, e quantas dessas são irrelevantes? Já paramos para pensar, o motivo de tanta lei, e onde vamos parar com tudo isso? Só no Brasil existem mais de 181 mil leis em vigor (pela minha pesquisa, a que mais possui leis no mundo), destas muitas são aprovadas em câmaras de vereadores de municípios pequenos, e que não trazem nenhum benefício, e só enchem a lista de leis que jamais serão usadas, de tão irreais, absurdas, e de nenhuma importância.

Alguns dos exemplos a seguir mostram do que estou falando, pois nesse país das leis e do pouco resultado, existe político criando pista de pouso para seres espaciais (ETs), dia do Acarajé, ocupando seu tempo em proibir que São Pedro mande chuva, e mudando nomes de ruas, ao invés de projetos de maior relevância. E eu pergunto: se já não cumprimos as leis que existem nesse país, se os políticos não respeitam a própria constituição, para que tanta lei? Quantas leis são aprovadas por dia? Em números reais, quantas leis vamos deixar aos nossos netos e filhos? Do que eles se beneficiarão com isso? Sem falar no dinheiro público que é gasto com essas discussões inúteis, e da burocracia enorme e interminável para as aprovações de projetos. Até onde vai a criatividade e a necessidade de ainda ter mais leis? Somente na área tributária, possuímos 809 leis, decretos, portarias e resoluções em vigor.

Abro os jornais e vejo que o Brasil ainda precisa avançar em saúde e educação, que ainda existem muitas barreiras a serem quebradas para que possamos alcançar o pleno desenvolvimento, e os nossos representantes estão lá, recebendo um salário alto para que na maioria das vezes, defendam seus próprios interesses, e nos mostrando um trabalho que em salvas exceções, não nos beneficiam como deveriam. E quando se trata de aumentar os seus salários- sim, alguns parlamentares usufruem desse poder. A maioria está de acordo, e a votação não encontra nenhum obstáculo, como já aconteceu algumas vezes.

Tanta desigualdade, tantos abismos políticos para colocarmos um fim, tanta corrupção, e alguns nobres estão preocupados com seu discurso do dia. A burocracia impera quando o projeto é de iniciativa popular, mas quando se chegou lá, como foi o caso do projeto “ficha limpa”- algo que realmente nos interessa, virou em pizza. Parabéns Brasil! Tu és o país das leis e do pouco resultado. O país onde existem mais legisladores, do que pessoas que realmente fazem a diferença.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Seleção Brasileira e o Estrelismo


Há muito tempo o futebol brasileiro deixou de ser uma força da nossa pátria diante de confrontos no mundo do futebol, para se tornar uma fábrica da qual alguns segmentos da mídia, e até críticos de futebol elegem as suas “estrelas”. Constantemente, a cara de algum dos nossos jogadores estampam capas de revistas, outdoors, marca de inúmeros produtos, que envolvem contratos milionários, somente para venderem a sua imagem. Dentro do campo, e também fora deles, muitas vezes suas atitudes deixam a desejar. A sede do bom futebol é tanta, que constantemente muitas fórmulas são dadas na esperança de dias melhores ao nosso futebol. Diante dos últimos “vexames”, resolvi comentar o que estou observando.

Um dos grandes exemplos de como o estrelismo domina, e a constante busca de receitas para o bom futebol predomina aconteceu nas últimas Copas, onde muitas vezes os técnicos daquela ocasião tentaram acertar seu time impondo fórmulas questionáveis, transformando milhões de brasileiros em técnicos também. Sinto falta da garra da seleção de 2002, que chegou desacreditada no Mundial Coréia/Japão, e saiu de lá com mais uma estrelinha. Em 2006, o técnico tentou usar a mesma fórmula da vitoriosa seleção, esquecendo que já tinha passado quatro anos. Cafu em uma entrevista na chegada ao aeroporto naquela Copa nos deu uma idéia de como estava a nossa seleção. Ele bateu diversas vezes no peito afirmando que o Brasil era o melhor do mundo. Ronaldinho Gaúcho fazia graça diante das câmeras, dando suas famosas embaixadinhas, e as televisões do mundo todo, o tratando como o “deus do futebol”. Jogando de salto alto como estavam o resultado não poderia ter sido diferente.

Em 2010, novamente, a seleção brasileira dessa vez nas mãos do Dunga, tentou usar outra fórmula imposta, a de que o amor a camisa deveria prevalecer. Convocado os nomes, não sobraram críticas que deveriam estar lá as “estrelas” Ganso e Neymar. A seleção até que estava indo bem, mas tropeçou diante da Holanda, o que obrigou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) atender aos pedidos de colocar os tão ansiados jogadores, esperando o futebol do jeitinho brasileiro, dando show. O resultado foi acompanhado nos desastrosos jogos da Copa América. E o que mais me envergonha, é saber que na lista de tantos e tantos brasileiros, que se consideravam técnicos, eram justamente os nomes de Pato, Ganso, Neymar e Robinho que mais apareciam.

O estrelismo tomou conta do nosso futebol. Não digo por todos, mas alguns jogadores parecem se importar mais se estão aparecendo no telão, se seu cabelo será o mais bonito, do que jogar o nosso futebol, aquele velho futebol que estávamos acostumados. E para quem se esqueceu do que estou falando, havia uma época da qual fiz parte, nos tempos áureos dos anos 90, que podíamos bater no peito e nos considerarmos brasileiros da “pátria das chuteiras”. Onde uma final de Copa do Mundo, era como se estivéssemos em uma grande batalha, a emoção predominava, e os gritos de “eu sou brasileiro com muito orgulho, e com muito amor”, fazia sentido, pois sentíamos a garra dos nossos jogadores uniformizados com a camisa amarelinha.

E hoje? Hoje já não vejo mais isso, não vejo sentido nos jogos. Falta vontade, falta amor, dando a impressão que o nosso futebol morreu. E o que fica são Patos, Neymars e companhia o tempo todo na mídia, parecendo que estão tentando impor aos brasileiros um craque que ele deve amar, escondendo que muitas vezes estamos órfãos de grandes jogadores como o nosso eternizado Pelé, Rivelino e tantos outros. Entram em campo como grandes ídolos, mais uma vez de salto alto. Os salários então nem se fala, são coisas exorbitantes, totalmente fora da realidade de um trabalhador brasileiro comum. Ronaldinho Gaúcho somente para “desfilar” no Flamengo ganha R$ 700 mil por mês, fora os milhões em contratos publicitários. O “voa canarinho” para mim já virou uma nostálgica lenda, pois um dia eu apertava a bandeira no meu peito, para que o verde e o amarelo acompanhassem as batidas do meu coração, o “Vai que é tua Taffarel” tinha a força de me fazer gritar junto. Chega de estrelismo, de individualismo. Chega de querer estabelecer regras, receitas, fórmulas e tantas outras coisas. Chega de tratar os jogadores como verdadeiros deuses. Eu quero sentir novamente a emoção que era ver a seleção jogar. Se quisermos realmente acertar, a fórmula nunca mudou, ela sempre foi à mesma: é raça, talento, e amor a camisa.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Educação


Acompanhando o JN no Ar, apresentado todas as noites no Jornal Nacional, estamos vendo pela poltrona de nossas casas a realidade de um país onde a educação encontra abismos tão grandes, que em apenas uma cidade a rede pública de ensino se depara com o melhor rendimento e infraestrutura, e outra escola, sem o menor rendimento, onde até as salas de aula parecem acompanhar o péssimo desempenho, de tão mal cuidadas. Há muitas escolas sem reforma, de anos sem investimento, os computadores chegam, mas são largados de lado, sem nenhuma utilidade. Laboratórios e bibliotecas sem utilização, tudo na maior improvisação. Mas alguns governos estão lá presentes, dando uniformes e materiais didáticos e fazendo o maior alarde e propaganda. Há quem eu culpo? Posso fazer até uma lista enorme, e sei que o desafio é imenso, mas não impossível. O principal é que está faltando vida nas escolas, e maior participação dos pais desses alunos. Já tive a oportunidade de visitar algumas escolas públicas, e observei que as aulas demoram muito tempo para começar, pois o professor além de passar a matéria, tem que treinar a sua capacidade de paciência e pedir o mínimo de silêncio. Onde alguns alunos matam aula para fumar e passear. E eu pergunto: Onde estão os pais, que não deram educação ? Onde está a consciência de que estudar abre portas para o futuro?

Universidades

No Brasil, no último governo, foram criadas 14 novas Universidades Federais. Uma preocupação enorme para que todos os estudantes entrem no ensino superior e tenham a oportunidade de ter a sua profissão. A ideia de colocar todos na universidade é até plausível se não fosse apenas um contraponto. Hoje há muitos meios que facilitam a entrada na faculdade, o Sistema de Cotas e até as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) , mas foi esquecido que a grande dificuldade do Brasil de hoje, é muitas vezes o ensino básico. Desse modo, não adianta dar a oportunidade se o aluno não estiver preparado,sem ter as soluções nas deficiências do ensino fundamental e médio. Toda a vida escolar e acadêmica deve ter qualidade, e deve ser acompanhada na mesma igualdade e preocupação.

Professores

Quem nunca ouviu a frase de que tudo passa pelo professor?Todas as grandes profissões existem os professores que passam o seu conhecimento em uma sala de aula. Mas o professor não é valorizado. Talvez ganhe alguma homenagem do dia 15 de outubro, e só. Os professores desse país, em sua grande maioria, funcionários de escolas públicas e municipais, passam grande parte do seu tempo brigando com governos e exigindo melhores salários. Professor hoje em dia, é sinônimo de alguém que ganha muito pouco. Muitas vezes, até dribla todos os problemas que tem que enfrentar cotidianamente e dá aula como se fizesse mágica, por amor a própria profissão. Se a peça fundamental que é o professor não tem seu valor, como queremos exigir ensino de qualidade?

Bullying

Uma das grandes discussões dentro das escolas é a prática do bullying. Bullying no dicionário é um termo que vem do inglês, e que tem o significado de alguém que é “valentão”, usado para descrever atos de violência física ou psicológica para intimidar, ofender ou agredir outro indivíduo. Eu a grosso modo, chamaria apenas de falta de educação. Por que no tempo da minha vó, não existia isso? Sabe por quê? Por que antigamente o ensino era mais rígido, tanto na escola, quanto nas próprias famílias. Os valores como a educação, e o respeito, eram levados a ferro e fogo. Hoje, isso já não existe. O respeito que deveria vir de casa, não vem. E a televisão ainda ajuda a disseminar que o importante mesmo é ser magro e fazer sucesso, ajudando a quebrar com qualquer valor que ainda possa existir, sobrando à discriminação para quem não está dentro dos padrões impostos. Por esse motivo, posso repetir: o respeito e a educação começam dentro de casa.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Bolsas do Prouni


Uma reportagem exibida no Fantástico no último domingo dia primeiro de maio, denunciou bolsistas do Prouni que obtém o benefício sem ter o direito, pois as bolsas são destinadas a jovens oriundos de famílias pobres que não tem condições de pagar um curso superior. No ano passado, circulou na internet um texto de autoria de Rodrigo Cavalcanti, mostrando exemplos do cotidiano de como os brasileiros são corruptos. O autor nos coloca que o “jeitinho brasileiro” , não existe. É uma forma de nós mascararmos a nossa falta de competência, e muitas vezes até a malandragem, que consideramos ser algo de menor grau, que não afeta ninguém, e que ladrão é quem está no poder e desvia dinheiro. Alguns dos exemplos citados pelo autor ,estão uma simples corrida de táxi, ou em qualquer outro ambiente, onde nos deparamos com um troco errado, um valor a mais, mas que não devolvemos. O caso das bolsas do Prouni, não foge a regra. Há muitas pessoas carentes no Brasil precisando dessa oportunidade, mas que acabam se deparando com “malandros” que possuem condições de arcar com a mensalidade, mas que dão um jeito de passar a perna no governo e ficar com o benefício. Eles não estão apenas enganando o governo com o crime de estelionato, estão enganando a sociedade e a eles mesmos, que como a maioria dos brasileiros, vivem indignados com escândalos de corrupção, com políticos desonestos, que lamentam não viverem em um país mais justo, mas que infelizmente contribuem para isso. Tanto no caso das bolsas universitárias, como nos gestos simples, existem atos de corrupção, de roubo, de falta de ética. Enquanto não houver consciência de nossos atos, não teremos voz e nem moral para reclamar dos outros. O Brasil acaba virando essa ambiguidade, de julgar os outros, mas não dar o exemplo e agir corretamente, e que passar a perna, e enganar, só é um simples e inocente “jeitinho brasileiro”.

Vitória com gosto amargo

Osama Bin Laden, o líder dos atentados terroristas do 11 de Setembro de 2001, finalmente foi morto. Depois de quase uma década, os norte-americanos saíram às ruas em comemoração. É um grande engano comemorar uma vitória com um gosto tão amargo. Quantas pessoas não morrem inocentemente nesses atentados, guerras e afins no mundo? Foi o final de Osama Bin Laden, mas não o fim da violência e das guerras sangrentas. Não foi a última morte, e nem nunca será! A morte do líder não apagou os princípios da Al Qaeda, e nem trouxe de volta a vida de todas as pessoas mortas nas torres gêmeas. Não vi nenhum motivo de comemoração, pois o nosso mundo ao invés de resolver seus conflitos pregando a paz e o diálogo, usa da pior arma que pode existir. A violência do pior tipo: a de devolver na mesma moeda. A de responder aos ataques, com mais ataques ainda. Espero que não haja retaliações, senão o mundo será palco de mais tragédias.

Meu computador não matou ninguém!

O caso do massacre em Realengo, nos trouxe uma nova discussão. O quanto à internet pode nos facilitar a vida, e até ensinar um pseudopsicopata a se transformar em um assassino de sangue frio, oferecendo aulas de como atirar. Mas se analisarmos bem, assim como a internet, o jogo de futebol é uma forma de entretenimento, mas muitas vezes é usado como uma forma de violência entre as torcidas. Tudo acaba dependendo de como as pessoas a usam, se for em benefício seu e dos outros, até por que o meu computador nunca saiu atirando em ninguém.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sobre o PT

Em relação à coluna do jornalista Badger Vicari do dia 4 de março sob o título “O PT é um partido diferente dos outros”, gostaria de tecer alguns comentários sobre o PT no âmbito nacional. Já ouvi muitas afirmações de que o PT mudou e que já não é o mesmo, aquele de antigamente, que pregava a justiça, ética e moralidade. Esses dias ouvi do próprio ex- presidente Lula essa afirmação. Em um documentário argentino, ele dizia que o partido tinha mudado sim, por amadurecimento, por entender como funcionava a política nesse país, e concluiu que foi intervenção divina não ganhar as eleições presidenciais de 1989, pois do modo radical que subiriam ao Palácio do Planalto, o governo não duraria 6 meses.
O livro do jornalista Ricardo Kostcho, "Do golpe ao Planalto” , que já foi agraciado com o Prêmio Esso de Jornalismo, nos conta na obra toda a trajetória do PT, desde as Caravanas da Cidadania, nas eleições presidenciais de 89, até os primeiros anos de governo, ele nos dá uma visão do que acontece com a nossa política. Não importa se é PSDB, PMDB ou PV, mas para se ganhar uma eleição, um político e um partido tem que fazer tantas concessões e alianças, que acabam por ficarem amarrados a interesses de terceiros. Ricardo Kostcho, ainda nos conta que entrevistou Fernando Henrique Cardoso no último mandato em que governava o Brasil e lhe fez a seguinte pergunta: Por que não dá um soco nessa mesa e governa do seu jeito? FHC respondeu que do jeito dele, seu governo só duraria no máximo mais 4 dias.
O problema não são os partidos que mudaram e as ideologias que acabaram. O problema está em um sistema político condenado a não dar certo. Um sistema que massifica e nos leva a uma sociedade cada vez mais capitalista e selvagem, onde a competição e as necessidades individuais estão sempre em primeiro plano. Para se ter uma ideia, suponho que nem Madre Tereza de Calcutá mudaria a nossa forma de se governar, se ela fosse candidata, com certeza teria que se aliar a evangélicos, ateus, ou seja, pessoas com outros pensamentos e ideais, e também seria criticada por ter mudado seu pensamento e ficaria atrelada a outros interesses. Lula também foi criticado por dar um exemplo de alianças, quando afirmou que até Jesus Cristo se aliaria a Lúcifer se fosse candidato, o fato é que é uma grande realidade.
Sobre as ideologias, acho que o PT não é o Lula, a Dilma, ou este ou aquele político. Acho que o PT é um ideal, pode parecer até meio utópico, mas como diria o próprio Fernando Henrique Cardoso “É utopia, mas sem ela ninguém muda o mundo”.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Primeira reportagem: Pracinha do Batel

Achei essa reportagem que fiz nos primeiros meses de faculdade em 2007. Saí por diversas vezes na rua com uma agenda de anotações para entrevistar os moradores do bairro do Batel onde eu morava, como estávamos aprendendo a construir uma matéria, ainda aprendendo o lead e o sublead, assim como a "teoria da pirâmide invertida", a matéria foi construída aos poucos, sob a orientação do Professor Zanei Barcelos, que na época dava a matéria de "Técnicas de Entrevista, Reportagem e Redação". A pauta era para identificar os problemas do bairro onde morávamos, no total foram 25 entrevistados, por fim entrevistei também o órgão responsável, a primeira vez que entrevistei de fato, uma autoridade. Segue minha primeira matéria.


A abertura de uma rua atravessando a pracinha do Batel, está sendo motivo de
muita discussão por parte dos moradores que não aceitam a obra, foi o que
mostrou uma enquête realizada em maio pelos estudantes de jornalismo da PUC.
Segundo a arquiteta da Secretaria do Meio Ambiente Denise Furtado, a obra
será executada e declarou também que houve uma reunião com a comunidade, e
que em nenhum momento o fato foi levantado.
O Batel possuí quatro shoppings, localiza-se na região Oeste de Curitiba e
possuí uma população estimada em 12097 habitantes, sendo a maioria
mulheres.No último Sábado dezenas de moradores se reuniram na Avenida Batel,
distribuindo diversas camisetas com o slogan ‘Beto, não acabe com a nossa
pracinha”.
“Sou contra a abertura da pracinha, acho que poderia ser apontado outro
caminho, o Batel perderia a sua identidade”, lamenta a jornalista Aline
Benassí,24 anos, a aposentada Neide Veiga, 60 anos, já tem a sua opinião
formada a respeito do assunto, ela deduz que curitibano dirige mal, pouco
adiantaria reformar a praça.
“O trânsito é realmente muito ruim, mas acho que a reforma da pracinha, não
mudará nada” afirma Daniel Muarck 33 anos, bancário. Outra reclamação por
parte da abertura é feita pelo estudante do ensino médio Jader Thomson, 15
anos, ele acha que não dá para simplesmente acabar com uma pracinha
histórica.
Trata-se da identidade de um bairro, mas há quem comece a dividir opiniões,
como alguns moradores antigos que se manifestaram á favor da abertura,
justificando que devemos pensar no coletivo, o assunto continua causando
polêmica.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Fenômeno Aposentado


Chegou a hora de Ronaldo pendurar as chuteiras. Junto a uma carreira cheia de conquistas, o maior artilheiro de Copas de todos os tempos deixa o futebol profissional. Como não lembrar de suas jogadas em mundiais? Como não lembrar de seu cabelo em 2002, onde o corte era no mínimo estranho? Como não lembrar dos escândalos envolvendo mulheres, e do aumento de peso? Mas Ronaldo não foi exceção em um ponto. O fato de ter sido um jogador brilhante,de ter sido eleito o melhor do mundo, não fez com que seu destino fosse como o de muitos outros. O de ser tratado como uma mercadoria. Quando estão na época de brilharem, toda a imprensa torna-os ídolos inquestionáveis. Quando no final de suas carreiras,já não rendem, acabam por serem desmerecidos, e os espaços em jornais e na grande imprensa são as cobranças e as piadas, esquecendo que são seres humanos e possuem suas limitações. Ronaldo pode deixar os gramados, mas o futebol brasileiro jamais, pois ele deixou a sua marca nos corações de toda uma nação que vibrou com seus gols, que torceu pela sua recuperação, e que gritou seu nome assistindo suas jogadas.

Novelas

Ontem, por acaso, vi uma cena da novela global “Insensato Coração”, onde um personagem dizia que a traição era normal, pois as pessoas tendem a se auto-afirmar, e enjoam de seus casamentos. Por muitas vezes, tenho acompanhado o que acontece nas novelas lendo as manchetes das revistas nas filas de mercado, e acabo me dando conta de uma triste realidade. Nem precisa assistir todos os folhetins para saber que os ingredientes e acontecimentos são sempre os mesmos. Filho enganando pai, “mãe de família” que trai o marido, noivo que está prestes a se casar traindo a noiva. Mortes, assassinatos, traições, mentiras, traições, brigas, traições... A mesma sujeira todos os dias poluindo nossos lares. Já perdi as contas de quantos psicopatas apareceram na telinha fazendo maldade, se existissem tantos psicopatas como as novelas mostram, estamos mais perdidos do que eu imaginava. Também já é rotina em novelas transformar todos nós em detetives, para descobrir qual personagem está matando, envenenando, atropelando, ou seja, o grande assassino da trama. Me perdoem os noveleiros, mas o único caminho que vamos seguir com tantas histórias que não educam, e não acrescentam nada, é a degradação dos valores da família.

BBB

Esses dias, recebi um texto desses passados por e-mail criticando o também global Big Brother Brasil. Segundo o autor, o programa já é o fundo do poço e ainda adverte que o BBB destrói os valores da família brasileira, e também mostra preocupação com a ideia de que os participantes são heróis. Heróis segundo o texto, são os trabalhadores brasileiros que trabalham todos os dias, que ganham mal, e muitas vezes têm que sustentar a casa com um salário mínimo. Ano passado, tive a oportunidade de ler uma matéria onde alguns entrevistados tiraram dinheiro do seu próprio bolso, e em alguns casos se endividaram para presentear o “herói” que tinha saído da casa sem o prêmio. Em diversos lugares do país, chegaram a montar clubes com fãs para arrecadar o valor e dar para o BBB preferido. Logo um psicólogo analisava clinicamente que essas pessoas não tinham o mínimo de amor próprio, e precisavam de tratamento, em especial uma mulher, que vendeu todas as coisas de casa e se separou do marido, apenas para mandar presentes para o Eliéser que participou da décima edição do programa, que ela nunca conhecera, apenas acompanhava pela televisão. Se isso não é o fundo do poço, como sugeriu o autor, estamos bem próximos dele.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O dia que o Canário apanhou de um Galo manco!


Por Wilson Vanin

"Um galo sem esporas foi visto hoje em um estádio lotado na França.
Mesmo não tendo armas letais, cavoucou a tumba de um canário, depenado e auto-destrutivo."

O bem da verdade é que nunca vi um canário jogando futebol, e não sei o que leva o apelido de canarinho a seleção nacional...se é que podemos chamar de seleção...

O canarinho é bunitinho e tudo mais, mas genteeee, o Kaká não foi convocado!

Sinto falta do Carlos Alberto Parreira, Felipão, mas principalmente sinto falta do Dunga! Ah que saudade daquela seleção que chegou aonde chegou com méritos, e foi desmerecida por um só jogo. Agora em 5 jogos temos 2 derrotas, mas ainda é nóis né Mano!
Veja bem, que equipe que não vai, que não tem objetivo. A falta de comando é extremamente visível quando se percebe jogadores perdidos e sem saber o que fazer. Enquanto Mano no banco parecia não ter voz ativa, o Menez em campo deitava em pé. Também acho que o Benzema deveria ser nosso pra ver se saía a praga da seleção.
Não só de críticas viverá o homem, e assim reconheço aqueles que merecem minha atenção. Enquanto Júlio César fazia seus milagres de sempre, os zagueiros se esforçavam para cobrir os erros dos volantes, meias e laterais. Dunga cobrava objetividade de Robinho, enquanto o Mano deve cobrar um cumprimento de mano mesmo. O Pato tava fora da briga...o negócio era entre o Canário e o Galo....
Reconheço uma melhora quando Sandro entrou, com o Hulk, embora me parecesse estar jogando em um Caldeirão(sem críticas ao apresentador, mas não é a profissão dele).

E quando se pensa em ter uma super jogada, escuta-se Galvão Bueno, após um chute, dizendo: "...a bola subiu pouco, muito"

É...esse é um grande time, mas cada um tem o narrador que merece...

Mas o que me deixou mais impressionado ainda, foi após o término do jogo o volante Lucas reclamando que o juiz deu 2 minutos de acréscimo e não 3. Os caras não conseguem fazer um gol em 92 minutos, aí querem fazer em 1?
Ah...antes que eu esqueça, quanto ao Galo manco, foi aquela linda jogada do Hernanes. Sério...eu juro pensar ter visto a camisa branca embaixo da camisa da seleção com uma foto do Anderson Silva! Não prestei atenção, mas o jogador francês parecia com o Belfort?

Enfim...com tudo isso sinto uma vontade imensa de gritar: VOLTAAAAAAAAAAAAA DUNGAAAAAAAAAAAAAAAAA, e é claro, traga o Felipe Melo no lugar do Hernanes, porque aquele sabe como se faz!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dilma


"Sonhar e perseguir nossos sonhos é exatamente o que nos permite romper os limites do impossível." Com essa frase no último dia 1 de janeiro de 2011, Dilma Rousseff cingia em seu ombro a faixa presidencial. O Brasil hoje é governado por uma mulher, uma mulher que como o presidente Lula, promete dar maior ênfase as camadas mais pobres da população brasileira. Dilma hoje representa a continuação de um projeto que vem dando certo, mas não é apenas isso. Representa também milhões e milhões de brasileiras país afora que também querem o direito de sonhar como mães, avós e filhas. Representa as mulheres de fibra, de força e coragem, desde aquelas que acordam cedo para cuidar dos filhos, até aquelas que vêm cada dia mais ocupando um lugar na sociedade.

Um país otimista

Segundo informações da pesquisa Gallup Internacional, o povo brasileiro é um dos cinco mais otimistas em relação à economia mundial nesse ano que se inicia. Apenas 9% dos entrevistados acreditam que haverá dificuldades econômicas. Com otimismo, fica fácil acreditar que o Brasil viverá uma das suas melhores fases. Agora mais do que nunca, é a hora da união para que possamos dar um salto de qualidade em todas as áreas, principalmente em saúde e educação.

Ronaldinho não é gaúcho, é carioca

Parece que aquela conversa de amor ao time e orgulho da camisa não existe mesmo. Quem é do mundo do futebol sabe disso, é como em qualquer outro lugar, uma empresa que visa o lucro. Ronaldinho gaúcho não é mais gaúcho, e sim um carioca! Para as pessoas que ainda acreditam que o que importa é a fidelidade ao time, acho melhor acordarem um pouco dessa ilusão! Alguns milhões a mais fazem qualquer um esquecer-se de sua origem e de seu time do coração. Pobres gremistas, Ronaldinho e seu irmão provaram mais uma vez que o que conta é a poupança no final do mês.

Brincando com vidas

Mais um ano e mais tragédias, e o pior, tudo sempre previsível. As casas inundadas, tudo o que foi construído uma vida inteira indo embora no meio da lama. Cadê as soluções? Será que ainda vamos esperar mais chuvas e mais cenas de tragédias por quantos anos? São famílias que vivem diariamente no perigo, são interditadas pela defesa civil, mas se encontram naquele velho dilema: Se eu sair daqui, vou para a rua? Acho que nós brasileiros aqui do Sul, temos que nos unir e rezar para São Pedro parar de mandar chuva para lá, que é o que nos resta, por que pela televisão, só escutamos investimentos que nunca dão em nada, e que esbarram na força da natureza. O que sempre sobra, são os noticiários cheios de mortes e desabamentos, e aquele sensacionalismo de sempre, com o repórter em cima dos escombros e filmando os gritos de desespero de quem perdeu não só apenas bens materiais, mas a família, os amigos, os vizinhos...

Um ano sem Zilda Arns

Uma das melhores definições que encontrei sobre a doutora Zilda Arns, foi à de que ela seria um dos corações mais bondosos que já bateram no nosso país. Para quem tevê a oportunidade que eu tive de ir até o cemitério onde ela está enterrada, acabou estranhando a falta de flores e homenagens a ela. A explicação é o seguinte, a família não permitiu que ninguém enviasse flores e faixas, mas que usasse esse dinheiro para doar a Pastoral da Criança. Belo exemplo de generosidade e humildade.O jeito agora é torcer para que surjam mais pessoas com o coração de Zilda Arns, para que façam a diferença e ajudem a construir um mundo melhor.